Soneto do desconsolo

Soneto do desconsolo

Não domino essa arte louca
E tampouco domino a língua
Essa, que falaria mais ainda
Se nela houvesse um'outra boca.

Mas há a minha multi-consciência
E com ela posso infinitamente dialogar
Posso pensar, falar, mas poetar...
Não! Pra isso eu não tenho excelência.
 
Quisera eu, antes tentar escrever.
E expor aos sopros que vinham
Das musas que surgiram dos martírios...
 
O dom de conseguir fazer
O meu desencanto tocar os que liam
Palavras cheirando a fétidos lírios...

Sou poeta?
Não sei se tenho este mérito!

Guarulhos - SP