Nesta tarde, meus olhos procuraram por ti, em todos os lugares.
Procurei a bela da tarde, os olhos que dá pânico sonhar, os locais mais desencontrados.
Encontrei viciados de todos os tipos e prostitutas para todos os gostos
Visitei a torpe humana, em seus desalinhos, encontrei espíritos.
Fiquei frente a frente com o mal, e fugi, incólume, como um covarde assumido.
Deixei minha espada, por ora. Para que falar dela?
Das minhas mãos, que sangram, dos meus pecados, devo falar de carícias?
Dos meus sonhos, antevisões, quem quer saber?
Sinto-me o último dos homens, mas, não sou o último.
Fui aos mais distantes espaços, e quanto mais me aproximava da saída, mais construções apareciam do nada.
Era tal qual uma prisão, que se ampliava, na amplidão, no infinito e dela não havia escapatória.
Era uma prisão sofisticada, porque cerebral, mental, como num sono profundo, induzido, pelos mais forte ópio, morfina, haxixe, e tudo mais.
E, compreendi, o significado do sonho: Éramos prisioneiros de nós mesmos.
E, tal como construímos imensas prisões, Carandiru, para encerrar humanos,
Estávamos, e não sabíamos, em prisões gigantescas, incompreensíveis para nós pecadores.

Poesia feita a partir de um sonho. 01 de maio de 2006. Poucas palavras servem...

Bagé/RS