Numa tarde de sábado
Numa tarde de sábado
Percebi minha ausência
Calou-se meus poemas.
Abrem-se janelas enormes
E minhas mãos rasgam o céu
Busco-me entre estrelas
Na sombra da lua
Em cada pôr-do-sol
Ausência de mim continua.
Vasculho mares, portos e
Todos meus naufágios...
Mergulho nas profundezas
do rio, saio púrpura de frio
Ausência de mim continua.
Pego carona no vento
Que me arrasta como
Se eu fosse um grão de areia deserto
Rodas-moinho e o furacão atravesso
O vento cansado assobia
ausência em mim.
Encontrei-me no silêncio
Que por mim corre,
Que de mim corre...
Despido numa rua qualquer
Buscando memória
Perdido na paz
No silêncio me escondi
O silêncio calou meu poema
Numa tarde de sábado.
Sônia Ortega Wada
Maio/2007
Numa tarde de sábado, a poetisa se ausenta
cala o poema.Japan
Licença
Sob licença creative commons
Você pode distribuir este poema, desde que:
- Atribua créditos ao seu autor
- Distribua-o sob essa mesma licença