... e do chão se levantou
De lá, do fundo do poço
Dizendo a si mesmo: “Eu posso!”
Suas cicatrizes, aos poucos
Se fecharam ... as lágrimas
De seus olhos secaram...

Abriu suas asas e agora
Muito mais forte que outrora
Alçou vôo ... dizendo saber a direção
Sabendo do caminho a ser trilhado
Não deixando mais o coração ser dilacerado
D’alma disseste forte
Pois que toda má sorte
Está agora ... longe ...

Porém (sem saber)
O peito inda fraqueja
Inda não se petrificaste ...
Quando de dentro dela
Saiu ela ... deslumbrante bela
Chegou de mansinho
Assim, com carinho
Tanto amor que se encantou
Chamou-o de “meu anjo”
Tratou de querubim o novo arcanjo
E aquele peito frágil acalentou

Palavras doces trocadas
Sonhos utópicos sonhados
Promessas feitas ... prometidas
Mas o destino de novo apareceu
E o anjo novamente padeceu
Toda sua braveza, toda coragem, altivez
Caiu por terra, quando a lâmina da decepção
O atingiu outra vez...
Confiando a ela seu coração.

Pela única que jurou não chorar ... de novo chorou!
Pela única que jurou não sofrer ... de novo sofreu!
Pela única que jurou não doer ... de novo doeu !

E novamente aqui está o anjo
Ferido ... sem esperança
Chorando como criança
Pela ferida dantes cicatrizada
Agora aberta, escancarada.

Será anjo, que agora aprendeste?
Será anjo, que agora viveste ...
Tudo de utópico em tua vida?
Esquece anjo, o sonho é para poucos
Não é para ti
Que para tudo e todos sorri
E que escolheste ela...
Para eternamente amar ...

E agora se encontra assim
Banhado de tanta tristeza
Porque, Deus, fizeste essa malvadeza
Fazendo o anjo novamente amar,
Fazendo o anjo novamente chorar.

Fabrízio Stella
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