À Augusto dos Anjos

À Augusto dos Anjos

Queda-te filho do anseio supremo

Onde jazes agora, mil Orquídeas obscuras

Absurdas e ainda fatalmente belas

Absorvem-te e sintetizam.

Na calma lama da consumação, teu merecido nirvana.

Anjos cégos,moucos; porém lúcidos

Deuses amargurados sorriem; porém resignados

Os violinos derramam-te aos ventos...

Os vermes embalam cantigas soníferas. Porém ja dormes...

 E onde todo sangue tornado em fogo

Traz revoltas e revoluções cósmicas íntimas

Tua consciência vaga...

Vaga. Porém consciente.