Mais Uma Breve Comédia Humana

Mais Uma Breve Comédia Humana

 Como amar a liberdade de quem se ama

 Se isso significa perdê-la

Se ao passo de que ser livre é não tê-la 

Desejar-lhe a felicidade profundamente mesmo em outra cama

 

Nesse amor

Pureza que insiste em existir difícil

As vezes um filho é o professor

As vezes enlouquecemos por seu suplício

 

Não tê-lo é dar razão ao nosso companheiro

Egoísmo

Que nos quer de posse do mundo inteiro

Ainda que só por medo ou comodismo

 

Quero você assim aí 

Pra dar sentido à minha falta maior que o mundo

Quero ser a dor em sí

 

Pra sentir o meu vazio menos forte

Pra apiedar-se mais de minhas próprias tragédias

Espalhar comédias sobre a minha morte