Começo

Te  beijaria, mas com um beijo que começa menino, daqueles beijinhos, meio tímidos, que medimos a boca a boca.
 Mas que depois aceleram, e tornam-se surpreendentes, roubando o ar.
Engolindo e atrapalhando a lingua, matando a sede na boca.
Um beijo de rio, doce e traiçoeiro,cheio de correntezas.
Nenhum silêncio a bordo,  nenhum silêncio...
Atrapalho a quietude de tuas mãos...
Não tens mais saída, o tempo anda convidativo
Desejos caudalosos e um vento de seda.
Sussurro em teu ouvido alguma besteira... Suplicas mil coisas
Ateio fogo ao teu incêndio.
E devoro a tua carne amada e fresca
Cobiçada e insana...
 

Juliana Poetisa
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